Trabalhar na Escola da Família nunca foi, para mim, desafio algum. Desde antes de iniciar minhas atividades como Diretora de Escola participava de eventos e buscava promover, de alguma maneira, a aproximação entre a escola e a comunidade em que ela se situava. Com o advento do Programa Escola da Família, pude constatar as benesses trazidas por estes programas: trouxemos aos nossos cuidados alunos que antes viviam nas ruas, ou em suas casas, sem qualquer atividade destinada ao lazer. Muitos deles, aliás, conviviam com brigas familiares ou se envolviam com drogas. Este número – embora não tenha dados precisos – diminui sensivelmente, a olhos nus, com a criação do Programa. Com ele atraímos não apenas nossos alunos, como também seus familiares e pessoas que nenhuma relação tinha com a Escola. A criatividade de nossos universitários e educadores, que oferecem desde aulas de dança, alfabetização, até capoeira e danças tradicionais envolveu e deu sentido de vida a inúmeras pessoas que, por omissão de políticas públicas, viam-se em situação de inércia diante da vida. Por isto tudo, sinto que minhas atribuições na Escola da Família não são e nunca foram meramente institucionais: fazem parte da minha história pessoal e integram minha biografia, da qual tenho imenso orgulho, por ter contribuído de maneira tão positiva com a melhoria da existência de tantos rostos passados por minhas memórias, e nelas gravados com muito carinho.